O Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE), lidera o projeto Antho E.flos, que pretende explorar as vantagens para a saúde das flores comestíveis e a melhor forma de as consumir para potenciar os seus efeitos benéficos .
“Então eu vou comer uma flor?” É uma pergunta que facilmente podemos fazer, uma vez que o consumo de flores comestíveis, como os bonitos amores-perfeitos, ainda não está na cultura portuguesa.
O objetivo deste projeto é perceber de que forma é que podemos consumir estas flores comestíveis, quanto é que temos de consumir e qual é que é a melhor combinação de tudo isto para garantir o melhor resultado a nível nutricional, conta Hélder Oliveira, investigador que lidera o projeto Antho E.flos.
A equipa do LAQV está a trabalhar com quatro espécies de flores comestíveis: os amores perfeitos, os fidalguinhos, os cosmos e a flor de ervilha, uma vez que estas contêm antocianinas aciladas. Esta ligação, do ponto de vista físico-químico, faz com que essas estruturas sejam consideravelmente mais estáveis.
É esta maior estabilidade que distingue estas flores comestíveis de outros alimentos que também contêm estes antioxidantes como por exemplo o vinho do porto, ou os frutos vermelhos, uma vez que a função antioxidante ou bioativa será teoricamente mais relevante no caso deste tipo de estruturas mais complexas, pois, sendo mais estáveis, atingirão os órgãos-alvo em maior concentração na sua estrutura nativa.
Este projeto tem ainda uma componente de análise sensorial. Como ficariam, por exemplo, azeites ou vinagres enriquecidos com estas flores? A ideia partiu do Chef Fábio Bernardino e da equipa de Ana Faria, professora Associada na Nova Medical School e co-responsável pelo projeto, que preparou a “receita” e a equipa testou, na comunidade FCUP no dia mundial da alimentação, no ano passado, vários destes produtos com diferentes flores.
O Antho-E.flos, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, foi o primeiro projeto aprovado em Portugal com flores comestíveis e posiciona-se mesmo como pioneiro ao nível europeu. O projeto, que conta também com investigadores da Universidade Nova de Lisboa e da Nova Medical School, termina oficialmente a 31 de Dezembro.
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